AO
MESTRE COM CARINHO
To
Sir with love
São Paulo dá as boas-vindas ao Dr. Henrique Senna Fernandes
Rogério Luz
de São Paulo
“Foi
muito comovente”, exclamou Dr. Henrique Senna Fernandes, ao ser indagado sobre o que sentira das homenagens recebidas
dos seus ex-alunos e a comunidade macaense de São Paulo.
Com todas as
honras dispensadas a um ilustre visitante, Dr. Henrique somente teve trabalho de desembarcar no Aeroporto de Cumbica, em São
Paulo, em 14 de Julho, pois, além de ser recepcionado pelo presidente da Casa de Macau, Júlio Branco, não teve que se preocupar
com nada, nem as acomodações em hotel, pois já estavam reservadas por seu ex-aluno Alex Airosa, que ainda preparou um jantar
de boas-vindas na sua residência com o melhor da culinária macaense.
Já no
dia seguinte, teve novo convívio com os ex-alunos da Escola Comercial e do Liceu numa churrascaria, também promovido por Alex. No entanto, a maior das homenagens reservadas ao grande mestre, como insistiam em
chamá-lo, ocorreria no domingo do dia 16 na Casa de Macau de São Paulo.
Mais de uma
centena de associados e ex-alunos ocuparam o ginásio num almoço promovido em sua homenagem, onde pode conhecer as instalações
que admirou pelas dimensões. Ouviu saudações do presidente
Júlio Branco e outra em patuá, um texto traduzido e lido por Armando Ritchie,
a lembrar os velhos tempos da escola, um dos assuntos que predominou nos constantes assédios que sofria dos macaenses.
Além de ouvir
músicas pelo bandolim de Adalberto Remédios, acompanhado por Rigoberto e Armando, assistiu à apresentação do Côro da Casa
de Macau que, a duas semanas do lançamento do seu cd dirigido à comunidade macaense mundial, fez questão de homenageá-lo com
algumas canções em português, patuá e chinês. Até ouviu-se um lamento de uma
das suas ex-alunas da Escola Comercial, integrante do grupo musical, por não terem ensaiado a canção To Sir with Love (Ao Mestre com Carinho), do filme de mesmo nome, tardiamente lembrada, que simbolizava
bem o carinho que todos demonstravam ao mestre. Aliás, uma das observações do
Dr. Henrique para explicar esse sentimento, era a de que sempre fora leal aos seus alunos, facto confirmado em coro por vários
deles ao seu redor.
Apesar de certo
cansaço, mais devido ao fuso horário de 12 horas em relação a Macau, ainda dispôs-se atender a um convite para o jantar de
despedida num restaurante chinês. No dia seguinte, em companhia do seu genro Bjorn, partiria para o Rio de Janeiro para uma
visita prolongada à sua filha Cristina. Indagado sobre se estava a escrever alguma
obra literária, disse a este autor do portal Projecto Memória Macaense, que esperava encontrar naquela cidade, a inspiração
para dar prosseguimento ao seu trabalho.
Já instalado
na residência da filha, mais descansado, transmitiu a seguinte mensagem à comunidade macaense de São Paulo:
" O meu encontro com os membros da Casa de Macau em São Paulo, tocou-me profundamente. Todos, duma
forma ou doutra, meus antigos alunos, foram inexcedíveis em carinho, em consideração e amizade. Senti-me logo, à primeira
hora, rodeado de amigos.
Quiseram homenagear o seu ex-professor e este sentiu-se esmagado de emoção. E também, que cumpriu o
seu dever. O aluno que espontaneamente homenageia o seu ex-professor, a despeito dos anos e das distâncias, é porque este
lhe deixou uma marca indelével na sua cultura e que nunca mais se apagou.
Foi um dia muito feliz para min, este do encontro. Uma reunião inolvidável que muito me enterneceu.
Por esta hora tão feliz e de tanto significado para min, muito obrigado. Bem-hajam todos.
Henrique Senna Fernandes "