Macaense não é simplesmente
um habitante natural da Região Administrativa Especial de Macau da República Popular da China. Macaenses ou "filhos da terra"
são todos aqueles que nasceram e moravam em Macau e que eram descendentes europeus oriundos de famílias com linhagem portuguesa
(a maioria deles têm também antepassados chineses e uma boa parte deles têm até antepassados malaios, africanos, cingaleses
e indianos) ou que estão intimamente ligados à comunidade portuguesa enraizada em Macau. Esta última categoria de macaenses
contam-se os descendentes oriundos de famílias chinesas convertidos ao Cristianismo que assimilaram-se à comunidade macaense,
inclusivamente adoptando apelidos de língua portuguesa.
O grupo étnico macaense é considerado como mestiço
e euroasiático. A maioria absoluta deles são católicos. Ser macaense é necessário também ter um conhecimento e contacto com
a cultura macaense e portuguesa e saber falar também português (e/ou patuá macaense). Alguns até exigem que ser macaense é
necessário receber uma educação portuguesa de tipo ocidental.
Mas, um dos mais importantes factores é ter a
noção de ser macaense e de ser aceite pela comunidade macaense como sendo um membro dela ("Uma pessoa é verdadeiramente macaense
quando a comunidade macaense lhe reconhece como sendo uma parte dela").
A definição de macaense é abstracta, histórica
e subjectiva e sempre foi difícil de definir porque esta definição é fortemente influenciada, além de factores biológicos
(a ascendência), por factores de diversas dimensões: a língua, a gastronomia, a religião (católica), uma "cultura macaense
própria" e referenciais históricos e territoriais específicos. Estes factores mencionados constituem também um conjunto de
indicadores de referência para a diferenciação dos macaenses às outras etnias. Esta definição não é estática, ela é dinâmica
e evolui ao longo dos tempos.
Geralmente, os "filhos da terra" tendem a identificar-se
como nacionais portugueses. Henrique de Senna Fernandes, um ilustre escritor e advogado macaense, pronuncia-se sobre este
assunto, afirmando que “Portugal é a minha pátria e Macau é a minha mátria”.
Obs.do PMM: Houve uma incorreção a respeito
do nº de macaenses no Brasil, que contabilizou 40 mil. Nunca chegou a esse número. Talvez 3% se considerarmos a
Comunidade Macaense, principalmente em São Paulo e Rio de Janeiro.
Veja nesta página de pesquisa, vários assuntos sobre Macau e Macaenses. No item Bandeira do Leal Senado, há um link externo
para a página de Bandeiras do Projecto Memória Macaense, que muito honra este portal.