FERNANDO MACEDO PINTO


Em 12/Maio/2010, o Jornal Tribuna de Macau noticiava:

"Fernando Macedo Pinto faleceu em Portugal aos 89 anos, noticiou ontem a TDM. Macedo Pinto foi um dos fundadores do Grande Prémio de Macau, a par de Carlos da Silva e Paulo Antas. Depois de ter surgido a ideia da criação daquela que hoje é uma das principais atracções do calendário desportivo e turístico do território, Carlos da Silva pediu informações ao Automóvel Clube de Hong Kong e, para grande surpresa dos três organizadores, a resposta veio de Paul Dutoit, em pessoa, que se deslocou propositadamente até Macau. Para que a prova também se realizasse pela primeira vez no território em 1954, também contribuíram António Nolasco da Silva, Capitão Cruz e António Lage. Além do seu papel de pioneiro no lançamento da prova, Fernando Macedo Pinto participou também em algumas edições do Grande Prémio de Macau e chegou mesmo a alcançar a terceira posição em 1956 ao volante de um MGA. Fernando Macedo Pinto foi também um dos primeiros radioamadores de Macau e exerceu funções enquanto director dos Correios por longos anos."


E, em 13/Maio/2010, o Jornal Tribuna de Macau, publicou o seguinte arquivo:

"Com a morte de Macedo Pinto, desapareceu uma das principais figuras que levaram ao nascimento do Grande Prémio de Macau, reconheceu o actual coordenador da prova.

Fernando Macedo Pinto é uma das “personagens principais” da origem do Grande Prémio de Macau (GPM), que todos “sabem avaliar da importância que tem para Macau e para o desporto mundial”, salientou João Costa Antunes, coordenador da Comissão Organizadora do GPM desde 1988 e director dos Serviços de Turismo, ao comentar o falecimento de um dos fundadores da prova, que em Novembro vai cumprir a 57ª edição.

“Ao partir, deixa-nos um espaço que é impossível voltar a ocupar”, disse Costa Antunes, destacando que, para quem conheceu Fernando Macedo Pinto, resta a “felicidade” do tempo de convívio e de conversas com um interlocutor “apaixonado que ajudou a desenvolver o projecto que hoje existe”.

“Resta-nos a memória de uma pessoa com uma vida cheia que deixou nome pela cidade de Macau”, afirmou, acrescentando que Macedo Pinto deu um grande contributo para a criação do Museu do Grande Prémio.

Fernando Macedo Pinto, a par de outros entusiastas do desporto automóvel em Macau, como Carlos Silva e Paulo Antas, decidiram lançar em 1954 aquele que é hoje o principal cartaz do desporto automóvel do território e um dos mais importantes da região.

Em 2003, aquando dos 50 anos do GPM, Fernando Pinto recordou a ideia de um grupo de amigos que pretendia apenas organizar uma prova automóvel de caça ao tesouro.

Em declarações na ocasião à agência Lusa, recordou que “numa volta ao circuito” com um responsável de Hong Kong, que ajudou na organização do evento, este afastou a possibilidade de se realizar uma caça ao tesouro manifestando o desejo de “fazer uma corrida a sério”.

Criada uma comissão organizadora, Macedo Pinto disse a Carlos Silva, outro dos promotores do evento: “é a primeira e a última corrida que vamos organizar porque nunca mais nos vão autorizar uma prova deste género”.

“Enganei-me, enganei-me redondamente quando disse aquilo, mas tenho a certeza que se não fosse o apoio de Hong Kong, o Grande Prémio de Macau nunca tinha sido o sucesso que é hoje”, dizia orgulhoso dos 50 anos de corridas.

Contente pelo crescimento do GPM, Macedo Pinto lamentava apenas que “a evolução dos carros não tenha sido acompanhada pela evolução dos pilotos” e o domínio da vertente comercial sobre a desportiva.

“Como em tudo na vida, a publicidade é quem manda” e já não é como antigamente, quando quem participava “vinha porque gostava muito de carros”, dizia.

“De prova divertida, o Grande Prémio evoluiu, cresceu e afirmou-se mundialmente e é hoje também uma prova de exame para os melhores pilotos do mundo que depois de um pódio em Macau foram campeões do mundo de Fórmula 1”, sublinhou ainda Costa Antunes à Lusa ao salientar que Macau tem a “principal” corrida de Fórmula 3 do mundo e recebe ainda a grande final do mundial de carros de turismo. (JTM/Lusa)"


Macedo Pinto no  1º Grande Prémio de Macau em 1954

curiosidades

Fernando de Macedo Pinto, um dos 3 idealizadores do Grande Prémio de Macau e o único piloto local da 1a. edição, na emoção em participar da corrida pela 1a. vez e ver o sonho realizado, na largada, após correr para o seu MG Special no velho estilo Le Mans, 6º no grid/grelha, sentiu que seu carro estava com problemas ao ver todos os pilotos o ultrapassarem... o carro não consegue desenvolver uma velocidade ideal ...

O que será? Qual o problema mecânico? Esqueceu de destravar o freio/travão de mão, a emoção era demais, também, era a sua 1a. corrida.  Até que o carro conseguiu se arrastar com este acionado. Somente restou ao grande piloto de Macau fazer uma corrida de recuperação, e fez bonito: terminou em 4º após largar em 6º, apesar de ter tomado 3 voltas do 1º e 2º colocados, e duas do 3º E.Rocha.  A corrida foi de longa duração, durou 4 horas 3 min 19.10s.


Outros dados e fatos da sua participação nos Grande Prémios de Macau (GPM)


II GPM 1955 - A Ferrari 500 Mondial Scaglietti Spyder (nº 14 na foto) fez a sua estréia nos GPs de Macau (GPM) em 1955.  Mário Lopes da Costa, genro do então Governador de Macau, Joaquim Marques Esparteiro, que não conseguiu participar do 1º GPM devido a um acidente nos treinos, em sociedade com Fernando de Macedo Pinto, de Macau, rumaram para Itália para comprar o carro.  Esta Ferrari já tinha conquistado a sua 1a. vitória nas 12 Horas de Casablanca de 1953, nas mãos do famoso Alberto Ascari e de Luigi Villoresi.

Para alegria da torcida de Macau, o piloto local Lopes da Costa conseguiu o feito de obter a 3ª posição nos treinos.  Estava combinado com o Macedo Pinto que ele seria o co-piloto na longa corrida prevista em 4 horas.  Dada a largada, Costa pulou na frente e por 6 voltas liderou a corrida, com a gente de Macau a festejar a cada passagem, até que na 7ª acabou colidindo contra os antigos “guard-rails” que eram sacos de areia.  O resultado disso é que danificou o radiador, tendo que abandonar a competição.  Coitado do Macedo Pinto, que estava morrendo de vontade de assumir a pilotagem do carro no revezamento de pilotos, ficou a “ver navios“.  Paciência, só que não ia ficar para a próxima, pois no 3º GPM, só o Costa pilotou o carro e o Macedo competiu com a sua MGA, terminando em 3º atrás da Ferrari.


III GPM 1956 - Largou em 12º com um MGA e terminou a prova em 3º com o tempo de 5h 25m 42.5s




Publicação Outubro 2011