Observações do site Projecto Memória Macaense
Se me permite o caro jornalista Sérgio Terra fazer algumas observações, com intuito de
dirimir dúvidas que surgiram com a leitura do artigo, e evitar qualquer mal-entendido, apesar do conteúdo ser bastante claro
com a reprodução textual de trechos do meu comentário no site:
1. A diáspora macaense radicada no Brasil realmente está entusiasmada e em contagem decrescente
para o Encontro de 2004, porém, não garantem a presença se não obtiverem um bom subsídio, tal como a exposição feita pelos
dirigentes das Casas de Macau do Rio de Janeiro e de São Paulo na Reunião Preliminar, e por este site na página Café Ruby,
actualizada e reiterada.
2. Para a comunidade macaense do Brasil, o amor à terra não tem preço, em termos sentimentais,
porém para o seu deslocamento a Macau, tem preço, e muito alto, pois sem dinheiro suficiente para pagar a passagem
aérea das mais caras, como deslocar-se à sua terra?
O comentário de "amor à terra não tem preço" serviu sim para os que votaram para a questão
que "a sua ida independia do subsídio", e certamente não são do Brasil, a não ser um ou outro felizardo de boas posses, o
que não constitui a maioria da comunidade. Somente para se ter uma idéia, a aposentadoria do Brasil tem o seu valor
máximo em Euros 480,00 aproximadamente, enquanto que em Macau ouvia falar de Euros 2.000,00 / 3.500,00 / e daí por diante
com números surpreendentes e invejáveis.
3. Julguei útil e necessário sublinhar partes dos textos do artigo do JT, e em vermelho,
para destacar que o jornalista teve o cuidado de repetir trechos do meu comentário que vêm a confirmar estas minhas observações.
Como leitor do artigo, também, como tantos outros, interpretei pela manchete e o início dele, numa leitura rápida, que a comunidade
macaense decidia ir a Macau com ou sem subsídio. Porém analisando com cuidado, vê-se que o jornalista Sérgio Terra não
teve esta intenção, complementando com trechos do texto do meu comentário no site.
Assim, para evitar qualquer mal-entendido, julguei necessário fazer ampla divulgação
deste Esclarecimento Importante. Aproveito para novamente expressar os meus agradecimentos ao Jornal Tribuna de Macau
pelo interesse em divulgar temas do meu site, julgando que ambos comungamos o mesmo intento - dar o nosso contributo para
o bem da comunidade macaense - somando ao que vem sendo feito por personalidades, órgãos, meios de divulgação e tantos outros.
Rogério dos Passos Dias da Luz
Reportagem do Jornal Tribuna de Macau
DIÁSPORA MACAENSE NO BRASIL ENTUSIASMADA COM ENCONTRO DE 2004
O amor à terra não tem preço
A diáspora macaense radicada no Brasil entrou já em contagem decrescente para o Encontro de 2004.
Com ou sem subsídios, mais de metade dos inquiridos nas pesquisas do site Projecto Memória Macaense garante marcar presença
em Macau no tradicional reencontro com familiares e amigos, porque, como salienta Rogério da Luz, o amor à terra não tem preço
SÉRGIO TERRA
O Brasil quer estar lá, sublinhava recentemente um dos participantes no fórum de discussão do website Projecto
Memória Macaense, referindo-se ao V Encontro das Comunidades Macaenses agendado para Macau em finais de Novembro de 2004.
Se a vontade e o interesse estavam acima de qualquer suspeita, o cibernauta colocava contudo algumas reticências,
ditadas pela onerosidade de uma longa deslocação até ao sudeste asiático. Faltam subsídios, reclamava então.
Porém, com ou sem subsídios, a verdade é que a diáspora macaense parece estar a contar já os dias que restam
para a grande festa de 2004. Rogério da Luz, português e macaense de gema, parece ser um dos que se posicionam na linha da
frente das expectativas. Na sua dinâmica página electrónica, que segundo diz procura manter hasteada a bandeira do Leal Senado,
um símbolo nosso que não deve ser esquecido, promoveu dois inquéritos sobre o Encontro do próximo ano.
Pretende ir ao Encontro de 2004?, questionava a primeira pesquisa. Embora os 21 votantes não constituam um
número particularmente expressivo, as suas respostas não deixarão decerto de agradar a José Manuel Rodrigues e restantes membros
da comissão organizadora, sobretudo no caso dos 52% que manifestaram intenção de se deslocar a Macau, independentemente de
poderem vir a ter ou não direito a qualquer comparticipação financeira.
Entre os restantes, 28% dos respondentes pretendem participar no Encontro, mas apenas no caso de ser diponibilizado
um subsídio, enquanto 19% permanece ainda numa fase de indecisão. Para Rogério da Luz, estes resultados
sugerem desde logo que não serão certamente do Brasil aqueles que, sem aguardar pela clarificação do problema do subsídio,
votaram na vinda a Macau.
Apesar disso, o macaense radicado em São Paulo desde 1967 realça que a maioria demonstra que o amor à terra
não tem preço e se for possível e houver recursos, lá estarão, pois encaram os Encontros como uma
romagem para rever a terra e conterrâneos, e não uma opção de viagem de turismo numa determinada época do ano. É bom que se
entenda o verdadeiro sentido da promoção de um Encontro em Macau.
LOCAL DOS ENCONTROS. 45 cibernautas participaram na segunda pesquisa que visava averiguar
qual o local preferencial para futuros Encontros. Também nesse aspecto as respostas não deixam grandes margens para dúvidas.
Macau foi a escolha natural de 77% dos votantes e ignorada apenas por 15% que preferia Portugal e 6% que escolheu o Brasil.
Opções como a Austrália, Estados Unidos, Canadá, Hong Kong ou outro país, não recolheram qualquer voto.
Os Encontros devem ter como primeiro objectivo o de manter viva a ideia de pertença a uma comunidade (a macaense)
que se define pela sua ligação (familiar, de naturalidade, integração ou outra) ao território de Macau. Por isso os Encontros
devem ser em Macau, comentou um dos votantes.
Segundo outros, os Encontros a realizar fora de Macau não fariam qualquer sentido nem teriam verdadeiro significado,
havendo contudo quem tenha admitido que, em caso excepcional, Portugal seria a alternativa mais lógica.
Pelo vistos, a transição não influenciou na escolha do local para os Encontros. Os macaenses amam a sua
terra independentemente da sua situação política, observou o autor do site. A questão do local, explicou, terá sido posta
à consideração da diáspora por haver quem comentasse que muitos macaenses não conheciam Portugal e para os quais, se dependesse
da iniciativa própria, a sua Pátria seria uma eterna desconhecida.
Por isso, deixa um repto. Talvez alguém lá em Portugal pudesse pensar a respeito e, quem sabe, promover um
Encontro, quer abrangente a todos os países, ou por Casa/Clube, sem prejuízo dos Encontros em Macau, e o chamasse, talvez,
Romagem (ou Romaria) à Pátria. Afinal, é bom nunca esquecer, os macaenses, na sua maioria, são portugueses. Portugueses
do Oriente, sim senhor!!!