Encontro das Comunidades Macaenses - Macau 2010
30/Nov/2010 - Conferência de Patuá
Alan Baxter, australiano, director do Departamento Português da Universidade de Macau, um dos autores do dicionário do patuá, apesar de ter discursado em inglês, surpreende com o seu fluente português com sotaque brasileiro, disse:
* “Provavelmente é muito tarde” para preservar o dialecto macaense com plenas funções,
mas este poderá continuar a desempenhar “funções simbólicas, para objectivos culturais específicos” (Jornal Tribuna Macau).
* Além do ensino, o linguista disse ainda que “a língua precisa de ter mais funções”, nomeadamente através de actividades culturais como a música, o cinema, os recitais de poesia e até com a criação de um programa de rádio mensal ou a recuperação do jornal “O Pasquim”. (HojeMacau)
Deolinda Adão, portuguesa da Universidade de Califórnia/EUA, disse:
* "há quatro anos que a portuguesa está a fazer uma recolha de testemunhos da comunidade além Atlântico. “Um dos projectos que temos é a
pesquisa preliminar para uma possível candidatura a património intangível de
representações culturais que utilizem o patuá como veículo expressivo” (HojeMacau)
* “é imprescindível que as expressões culturais macaenses sejam consideradas património cultural intangível” (Jornal Tribuna de Macau)
Agradecimento do PMM: No seu powerpoint, Deolinda Adão citou o Projecto Memória Macaense como uma fonte de consulta sobre o patuá.
Miguel de Senna Fernandes, "um show à parte" quando discursa
o orador que não só fala com a boca, mas também com as mãos e com sentimento
Miguel de Senna Fernandes deu uma receita para que a diáspora macaense contribua para evitar a extinção do patuá: “Partilhem o que sabem.”.(Jornal Tribuna de Macau).
* O dinamizador do grupo de teatro Doci Papiaçam também falou à plateia do Politécnico e disse que se recusa a assinar a certidão de óbito do patuá. O advogado defendeu que o simples facto de se estar a falar no assunto tem um significado, e que esse significado é que há pessoas que ainda se preocupam. “A preservação do patuá é um projecto de toda a comunidade”, defendeu.(HojeMacau)
Veja o que os jornais noticiaram a respeito
A preservação do crioulo português de Macau esteve na cerne da conferência integrada no programa do IV Encontro das Comunidades Macaenses
Fruto de um trabalho laborioso e metódico, Henrique d’Assumpção tem vindo a construir uma base de dados sobre os macaenses, que pretende futuramente doar. Já a académica Deolinda Adão quer contribuir para o sucesso de uma candidatura das expressões culturais macaenses a património cultural intangível da Unesco (Paulo Barbosa)
O Projecto Memória Macaense divulga esta foto para lamentar o pequeno público que compareceu à Conferência de Patuá (ao contrário do que ocorreu na Gastronomia). Foi feita pouco antes da chegada do Gen. Rocha Vieira e personalidades da Comissão Organizadora. Novamente o ex-Governador prestigiou mais um evento acompanhado da sua esposa.
Infelizmente o Patuá não reviveu o seu momento de glória como no Encontro de 2007. Naquela época, o Patuá vivia a euforia do lançamento da proposta para sua candidatura a Património Intangível ocorrida em 2006, e assistimos a uma bela peça teatral em patuá do Dóci Papiaçam no teatro da Torre de Macau. No Encontro de 2010, inicialmente, o programa provisório previa também a apresentação de nova peça teatral, porém no definitivo, foi retirada sem se saber os motivos.
O Miguel disse que se recusa a assinar a "certidão de óbito" do patuá. O PMM também se recusa, e deverá incrementar a divulgação do patuá para ser ainda mais coerente com o pps da profª Deolinda, que apontava este site como uma fonte de consulta.
A comunidade macaense mundial também deve recusar a assinar esta certidão decretando a morte do patuá, um bem cultural nosso que deve ser preservado a todo custo, sendo ou não património mundial intangível - NÃO DEIXE O NOSSO PATUÁ MORRER - (Rogério Luz)
25 fotos. Visualize-as também no álbum publicado no FlickR, caso esteja faltando fotos na quantidade anunciada - aqui
O DVD do video "Patuá di Macau únde ta vai?", que percorreu o mundo macaense, sendo apresentado em sessões especiais por diversas associações macaenses, foi finalmente distribuído gratuitamente e exclusivamente a quem compareceu e prestigiou a Conferência de Patuá. Simplesmente, um belo vídeo, uma excelente produção de James Jacinto e Silvie Lai !!!
Publicação - Janeiro 2011