O MACAENSE
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A imagem acima foi publicada no livro "Macau di nôs-sa coraçám" da FUNDAÇÃO MACAU. Em forma de cartaz foi distribuída como um edição do LEAL SENADO DE MACAU em 1999. É uma obra de UNG VAI MENG tendo obtido diversos prémios em 1997 e 1998.
Macaenses são, acima de tudo, uma representação do que há de melhor dessa miscigenação. Convivem mesclando as sabedorias portuguesa e chinesa. Caminham leve e imperceptivelmente pelas ruas de Macau, como versos de uma poesia sem rima. São as pétalas da flor de lótus em plena primavera, transbordando em espiritualidade e pureza.
Maria Célia Lima-Hernandes (sua assinatura na página Macaense) docente da USP-Universidade de São Paulo/Brasil |
registo de uma amizade nos anos 60 em Macau - sentados da direita: Álvaro Luz, Helena Silva, Yolanda Luz, Manuel Ramos. De pé da direita: Frederico Martins, Jorge Canejo, Rogério Luz (autor do PMM) e Virgílio Mendonça
FILHOS DA TERRA
Os filhos da terra constituem um grupo sui generis que se isolou em Macau, fruto de pressões de índole social e económica.
Do ponto de vista antropobiológico, os filhos de terra constituem um grupo luso-asiáticos com fundo genético muito rico, cujo estudo científico, em amostragem significativa, nunca foi feito; estudo aliás, hoje deve ser difícil, se não impossível, de realizar devido à forte abertura à sociedade chinesa, já esboçada nos fins do século passado.
No entanto, do ponto de vista cultural, como exemplo típico de convergência de culturas, o grupo dos filhos da terra continua a manter padrões hibridados ou francamente originais, que lhe conferem vincada originalidade. São a culinária tradicional, o falar da terra, os trabalhos de costurinha e o batê saia, certos passatempos e os doces nominhos de casa, que Bocage imortalizou no seu soneto a Beba.
Pensar Macau sem pensar nos filhos da terra, portugueses do Oriente, por vezes tão injustamente ignorados, é esquecer os não só quatro séculos de história social do território, mas também a herança mais nobre e a jóia mais valiosa, que os portugueses de quinhentos legaram aos seus vindouros.
Ana Maria Amaro - do livro Filhos da Terra - edição 1988 – I.C.M