No Brasil, os livros de Henrique de Senna Fernandes são distribuídos pela Editora Gryphus e podem ser encontrados nos sites abaixo. Fazem entrega internacional (confirmar):


Livraria Cultura - http://www.livrariacultura.com.br/scripts/cultura/index.asp


Livraria Saraiva - http://www.livrariasaraiva.com.br/livros/?ID=BD4F60A37DA0A1C0B12120689


Submarino - http://www.submarino.com.br/menu/1060/Livros


Editora Gryphus - http://www.gryphus.com.br/catalogo2.html



Dicas: Na Busca, selecione Autor e escreva Henrique de Senna Fernandes, e já aparece os livros disponíveis.  No Catálogo da Editora Gryphus, selecione S de "Senna Fernandes, Henrique".  Nas livrarias físicas, a busca do autor nas prateleiras se faz pelo Sobrenome/Apelido "Fernandes" ou "Senna Fernandes".  Comprei os 3 livros na Livraria Cultura.  Encomendei e retirei-os pessoalmente, já que ficava perto de casa, no Conjunto Nacional da Av. Paulista/São Paulo.


Abaixo, as imagens, a apresentação dos livros e o histórico do Autor, foram coletadas do site acima da Editora Gryphus


A TRANÇA FEITICEIRA é uma história de amor que se passa em Macau, China, entre um moço rico de origem portuguesa e uma moça pobre chinesa. Tradições e preconceitos agitam a trama no confronto entre duas culturas que se estranham desde o século XVI. Temperado pelas agruras do racismo, a paixão juvenil de dois amantes condenados e a intolerância que os faz sofrer, o romance nos envolve com uma narrativa primorosa, poética, delicada e irreverente, uma belíssima história de amor e de superação (231 páginas)

* English version available


Ambientado no início do século XX em Macau, "Amor e Dedinhos do Pé" conta a história de Chico Frontaria, um dos últimos remanescentes da família de origem portuguesa que construiu fortuna e boa reputação no tráfico de mercadorias e no combate à pirataria nos portos do sul da China. A linhagem prosperou no negócio e ergueu robusto patrimônio. A decadência veio com a Guerra do Ópio, a fundação de Hong Kong e os avanços da presença inglesa na China. Os membros da família se dispersaram por outros portos chineses, onde também havia famílias portuguesas estabelecidas.

Francisco Frontaria ficou órfão cedo e foi criado em meio a mimos.. Esperança de continuidade da família, Francisco foi atendido em todos os seus caprichos e cresceu de maneira leviana, desenvolvendo pouco apego aos estudos, além do irresistível hábito da boemia. Na cidade-cristã em pleno oriente, levou a vida nos moldes mundanos ocidentais. Divertia-se na festa pagã do Entrudo, gastava sem preocupações e apostava com os amigos suas conquistas amorosas.

A vida desregrada e pautada por vícios lhe valeu a boa reputação da família e lhe custou a herança deixada pela tia, sua principal protetora. Chico caiu em desgraça, conheceu a fome e as privações. Submeteu-se às humilhações de uma matriarca chinesa, solteirona, grosseira e bruta, a quem prestava favores sexuais em troca de um teto e comida. E, num ardil, para recuperar algum dinheiro, arquitetou um plano, que agravou sua situação, ao entregar uma jovem e pobre chinesa nas mãos de um senhor também chinês, angustiado em recuperar a virilidade.

Sua derrocada se agravou com a proliferação de uma infecção nos pés que lhe causava dores terríveis e exalava um cheiro pestilento, causando a repulsa de todos e lhe valendo a alcunha pejorativa de Chico-Pé-Fede. É, no entanto, na mais profunda miséria que Chico tem a derradeira oportunidade de restabelecer a dignidade de sua condição humana.

O reencontro com Vitorina Vidal - mulher solteira com mais de 30 anos, de origem espanhola, excessivamente magra e estrábica de um olho, e a quem nos áureos tempos Chico apelidou de Varapau-de-Osso - acaba por ser também o momento de redenção do personagem. Humano e singelo, o romance é também um registro precioso dos costumes e do desterro português na China.(285 páginas)


Lançado originalmente em 1978, este é o primeiro livro escrito por Henrique de Senna Fernandes. A obra reúne seis contos que reconstituem o ambiente humano, histórico e geográfico da mais oriental das conquistas portuguesas. "Nam Van" é também o nome chinês da Praia Grande, em Macau, considerada centro da vida administrativa e social da cidade e zona residencial preferida de seus moradores, onde o escritor nasceu e viveu.

“A Praia Grande, com a paisagem antiga dos seus juncos e a odisséia dos seus lorcheiros heróicos e aventureiros, inspirou-me os primeiros escritos e embalou-me os sonhos incipientes de escritor. A Praia Grande alimentou o fundo da minha sensibilidade e imaginação, com a nostalgia dos seus crepúsculos e a tristeza das suas neblinas de inverno”, descreve o autor na apresentação do livro.

Em "A-Chan: a tancareira", escrito em Coimbra em 1950, Fernandes fala sobre a difícil integração entre os nativos chineses e a sociedade desenvolvida à parte pelos estrangeiros ocidentais. O conto narra a história da condutora de tancar, A-Chan, vendida aos seis anos pelos pais e levada à cidade branca dos portugueses.

A personagem se envolve com um marinheiro português, a quem chama de "Cou-Lou" (homem alto) e com quem tem uma filha, Mei-Lai. O regresso do marujo, entretanto, impõe a A-Chan a dura realidade de aceitação de sua filha - que herda os costumes ocidentais do pai - na fechada comunidade chinesa.

"Uma pesca ao largo de Macau" reproduz o dia-a-dia de uma pacata cidade e descreve, pontuando os ritmos, a paisagem e os sons locais, como no trecho: “A Rua da Praia Grande era a artéria chique, onde residia a gente mais abastada do tempo. Ao cair da tarde, os dandies percorriam-na, caracolando os seus alazões ou a pé, até ao Passeio Público que era o Jardim de S. Francisco, na época, um jardim fechado e muito frondoso, cumprimentando e derriçando as donzelas que vinham de cadeirinha, acompanhadas dos papás circunspectos ou da inevitável chaperone”. Como o próprio autor define no texto de introdução, "Nam-Van" é já no título uma evocação a Macau. (138 páginas)


O histórico de Henrique de Senna Fernandes publicado no site da Editora Gryphus:


Henrique de Senna Fernandes é a personificação da Macau do século XX. Nascido em 1923, neste pequeno enclave na foz do Rio das Pérolas, acompanhou de perto a transição deste território sob administração de Portugal desde 1557 até o arriar da bandeira portuguesa, em 19 de dezembro de 1999, quando Macau se tornou uma Região Administrativa Especial da República Popular da China. Com mais de 400 anos de História, foi o primeiro entreposto e a última colônia européia na China.

Filho de uma das mais antigas e ilustres famílias macaenses, Henrique de Senna Fernandes teceu uma vida próspera e confortável com os seus 11 irmãos até o início da Segunda Guerra Mundial na Ásia, quando o pai perdeu a fortuna na Bolsa de Hong Kong, e a família teve de procurar abrigo em Macau, fugindo ao avanço japonês. Passou por um período de miséria terrível e sofreu discriminação social. Não obstante, sua determinação em não vergar perante as intempéries dessa vida no limite, fortaleceu o talento para a escrita. E é nele que a Macau dos anos 30, 40 e 50 encontra um legítimo testemunho, através de livros como Nam Van – Contos de Macau e Amor e Dedinhos de Pé. .

A mulher – e as suas múltiplas facetas – é o tema central da obra de Henrique de Senna Fernandes, e o amor, a sua natural conseqüência, envolvendo com freqüência uma moça chinesa e uma rapaz macaense. De alguma forma, há referências autobiográficas em seus livros. Também ele, o orgulho de uma família tradicional macaense, amou e casou-se com uma bela mulher chinesa, desafiando as convenções de uma cidade pequena e conservadora.

Estudou Direito em Coimbra, tornou-se advogado, regressou e montou escritório, apenas para conseguir independência financeira. Sua verdadeira vocação foi sempre escrever e ensinar.

Filho incondicional da sua terra, sempre teve (e ainda tem) orgulho das raízes portuguesas. “Se Portugal é a minha pátria, Macau é a minha mátria”, gosta de dizer




Página publicada em 28/Outubro/2010