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ANTÓNIO ESTÁCIO
seus poemas e seu livro - veja abaixo
veja também seus contos no Café Rubi
JOSÉ NETO
fala do Restaurante Cecília dos tempos antigos de Macau
foi quem localizou Mário Tomáz após anos
MANUEL FIGUEIREDO RAMOS
escreve sobre Mário Tomáz e seu conjunto
foi ex-integrante do grupo
GIGA ROBERTS
suas tertúlias a contar da
Escola Comercial
VANESSA SENE
repórter brasileira escreve sobre
DOMINGOS DE OLIVEIRA
de Timor, reverencia o
anónimo
a pedido, escreve sobre os velhos
tempos de tropa em Macau
 

José Neto - Restaurante Cecília
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antonio.estacio.jpg
António J.E. Estácio

 
 
POEMAS
por António J.E. Estácio
 
 
 
 
 
 

templo.ama.poema.jpg
Desenho de Leonel Zilhão de Barros

 

 

A DEUSA A MÁ

 

Em tempos que já lá vão
Houve um dia um tufão
Foi um grande temporal

Muitos barcos se afundaram
Pois poucos aguentaram
A força do vendaval.

 

Numa pobre embarcação
Decidira o capitão
Certa jovem transportar,
E quando o barco aportou
Em santa se transformou
Lançando um divino olhar.

 

Nessa pequena enseada
Numa encosta abrigada
Ergue-se o templo de A Má,
Lugar de culto e oração
Para a população,
E o mais velho que há.

 

Aliás, em seu redor,
Voltado ao Porto Interior,
Foi que Macau nasceu,
Tendo desde a fundação
Tido logo a protecção
Que a deusa lhe concedeu.

 

 
 
 

SETE COLINAS

 

Tal como Roma e Lisboa
Macau tem sete Colinas,
Onde a gente se amontoa
Por serem tão pequeninas.

Perfilam-se, no horizonte,
A Penha, a Barra, a Guia,
A Ilha Verde, o Monte,
Mong Há e D. Maria.

A Penha tem uma igreja
E é muito visitada,
Embora já se não veja,
Da Praia Grande, a enseada.

A Barra está voltada
Para o Porto Interior,
Tendo uma bela Pousada

Que é de grande valor.

 

A Guia é a mais famosa,

Com o farol centenário,
Onde a vegetação viçosa
Forma um belo cenário.

 

A Ilha Verde não é
Ilha, como era dantes,
Sendo, há bem pouco,até
Refúgio de imigrantes.

A do Monte é guarnecida
Por uma velha Fortaleza,
Donde, aliás, foi vencida
A esquadra holandesa.

A de Mong Há hoje tem
Uma Escola Hoteleira,
Sendo ela, e muito bem,
Do Turismo a bandeira.

E na de D. Maria
Há uma curva apertada,
Que as Corridas da Guia
Tornaram muito afamada.


Macau aos 29.04.92

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OS POEMAS SÃO EXTRAÍDOS DESTE LIVRO, UMA EDIÇÃO DO AUTOR

António Júlio Emerenciano Estácio é natural de Guiné-Bissau.  Engenheiro técnico agrário, residiu e trabalhou em Macau de 1972 a 1998.  Dentre os diversos cargos e funções exercidas em Macau, foi vice-presidente da Câmara Municipal das Ilhas, vogal do Conselho Consultivo do Governador, do Conselho do Ambiente, técnico-chefe dos Serviços Florestais e Agrícolas de Macau, Presidente da Associação de Patinagem de Macau.
Publicou no total 9 livros técnicos, entre os quais, Flora da Ilha da Taipa, Monografia e Carta Temática de Macau, Flora da Ilha de Coloane, Dinâmica de Zonas Verdes da cidade de Macau, Jardins e Parques de Macau.
De índole não técnicos foram 5 livros, incluindo Na Roda de Amigos, bem como Histórias Vividas e Contadas - Macau, que podem ser lidas na página Café Ruby deste Portal, além de Passadas (Macau), Em Memória de Sá Nogueira e Pra Lá do Rasgar da Ganga.

O POEMA

 

A poesia é um estado mental.

A poesia faz-se poema tomando substâncias.

As substâncias com que se faz a forma do poema são
três. E assim, conforme as substâncias, o poema se
transforma e se define. Que o poema tem corpo. Um corpo
material e saboroso. Que toca os sentidos para entrar no
entendimento do leitor.

Um poema pode ser melopeia quando é feito de
música, quando as sonoridades e ritmo traçam um corpo
vivo do poema. Então o poema embala e entretém. É o
poema bom para dizer e melhor para cantar. O significante
do poema é uma litania, um marulhar silábico, um cantarolar
fonético.

Um poema pode ser fanopeia quando é um jogo de
símbolos. Quando toda a elaboração é alegorética e
nenhuma leitura é literal. Os símbolos têm um poder
múltiplo, um sentido diverso e ocasional, uma decodificação
circunstancial. É aqui que o poema produz polissemias e
toca a definitiva intemporalidade

Um poema pode ser logopeia quando se organiza na
pura lógica dos sentidos prévios das palavras. E tudo se
conforma para a reflexão, para o elaborado ortogramático,
para a recolha fílosofante do leitor.

Um poema pode ser tudo num só poema para ser o
excelente poema.

António Estácio escreve para "Uma Roda de
Amigos". Procure cada um as linhas de fazer o poema.

José Cândido Rodrigues