GUIA DO PATUÁ
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Histórico Intangível
o evento em Macau/2006
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José dos Santos Ferreira "Adé"
poemas e poesias em patuá
e trajetória do Patuá
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vídeo de peça teatral em patuá
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MACAU 2008 |
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Homenagem ao Poeta - fotoR.Luz |
PATOIS OU PATUÁ
a autêntica Cultura Macaense
um património macaense a ser preservado
Falar do patois ou patuá, tanto faz, seria um pouco arriscado para mim.
Vou deixar para quem possa dar uma melhor definição dele.
Posso sim dizer que, este "papiá di Macau" é o que mais representa a nossa Cultura
Macaense. Como estou no Brasil e em São Paulo, aos brasileiros que muito interessam por esse jeito "exótico" de falar,
como definiu um visitante brasileiro no Livro de Visitas, assimila-se muito ao português caipira do Estado.
Lembro das palavras do Dr. Henrique Senna Fernandes, quando da sua visita a São Paulo,
em resposta ao meu pedido de opinião a respeito do Coral da Casa de Macau, "é preciso cantar canções em patuá, para preservar
a nossa cultura macaense".
Portanto, o Projecto Memória Macaense faz um apelo aos Macaenses - PRESERVEM O NOSSO
PATOIS. Reconhece como extremamente valioso o trabalho desenvolvido pelo Doci Papiaçam di Macau e do Dr. Miguel
Senna Fernandes, em peças teatrais, música, além do dicionário do patois, no sentido de preservação e divulgação desse jeito
antigo de falar em Macau.
E, para falar do patois, nada melhor que falar do cd Doci Papiá di Macau, do nosso
poeta JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA, o ADÉ, que ora o PMM passa a divulgar.
Rogério P.D.Luz
Dedicatória escrita
por Hélder Fernando no cd (não há registo da data em que foi escrita)
"Este
disco fala duma terra pequena, muito distante de tantas outras terras onde também ainda se fala português. Uma terra amada
e amante, no Sul da Grande China, que foi crescendo, que está crescendo. conquistando espaço por entre o delta do Rio das
Pérolas.
Macau
é o nome dessa pérola. Onde ainda resiste quem fale e cante numa açucarada e risonha expressão de origens mestiças - chinesas.
malaias, africanas, inglesas, espanholas. essencialmente de matriz portuguesa. A dóci papiaçám.
Mas este
disco fala também dum povo. O povo macaense, pluricontinental, cruzado a Oriente e a Ocidente, patriota por Portugal.
Um povo
que encerra em si mesmo as sensibilidades extremas da autêntica Babel que é a sua raiz. Inventor do patoá, crioula realidade
linguística que durante séculos foi o vocabulário familiar, inclusivamente usado por chineses, por africanos e por asiáticos
de várias origens. Língua de Macau. imenso campo de estudo para tantos investigadores, hoje quase extinta.
Grande
mérito, portanto, de todos aqueles que por diversas formas e tanto entusiasmo, conseguem manter vivo o inesquecível papiá
cristãm.
Daí o
grande interesse deste documento sonoro que a TRADISOM imaginou com carinho, e produziu para a nossa colecção 'Poetas de Macau'.
A figura central desta rara reunião de sons em patoá, é JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA. por todos conhecido como ADÉ. Um dos mais
ilustres poetas macaenses, aquele que mais e melhor cantou, contou e encantou as suas gentes, a sua terra.
ADÉ partiu
a 24 de Março de 1993. Grande parte da sua vida dedicou-a a conceber. Construir, ensaiar espectáculos vários, peças de teatro,
récitas. operetas, poesia e prosa. contando e cantando a sua amada Macau.
Também
através dos jornais, dos livros que publicava, dos programas de Rádio. E é precisamente à Rádio Macau e a uns quantos que
nela trabalham, que se fica devendo o registo guardado destas memórias, protagonizadas neste disco por JOSÉ DOS SANTOS FERREIRA.
Para
este trabalho chegar agora às vossas mãos, foi necessário ouvirmos sempre emocionados, dezenas de horas de gravações, dezenas
de vezes. Para as seleccionar, de modo a mostrar as mais importantes facetas artísticas de ADÉ, para Ihes melhorar o registo,
para as sonorizar. Afinal para Ihes bebermos o sortilégio. o chiste, a ternura, o sentido.
Para
também ficarmos. com orgulho, um pouco mais macaenses."
Clicar na seta abaixo para ouvir a canção Dóng Dóng Sium Capitam, com a participação de
Adé e amigas(os). Acompanhe com as letras logo mais abaixo.
DÓNG DÓNG, SIUM CAPITAM
(História
com leve toque brejeiro. contando a tentativa de aproximação dum galo-dôdo. da sua pretensa conquista...). Gravado em Março
de 1989.
Dóng
dóng-dóng. dóng-dóng Sium Capitám.
Ispada
na cinta Co rota na mám.
Ade tá
guní Já cai na quintal.
Chácha
vêm cudí.
Suzá
su avental
Balichám
salgado.
Tacho
ta fritá;
Nôs pobre-limpado.
chubí
pám tocá.
Drêto
sã Mui-Mui.
Co róta
rutiá;
Nhum
olá amui, Senti mám cuçá
Chico
papaia perna can-can Nhónha erguí saia, Chico cai na chám.
Fula
larangéra Noiva sã botá;
Quim
fazê asnéra, Su fula muchá.
lou subí
travéssa, olá amui co nhum; Nhum passá cabéça, Ficado murúm.
Mám chipí
pê fêde, Azinha lavá;
ai qui
ramédi.
si nós
vai tcherá.
Quim
querê pa vôs, Chico bóca-grándi, lou ta dá co dôs.
Asnéra
grándi-grándi.
Dóng
dóng-dóng, dóng-dóng
Do CD - Poetas de Macau, da TRADISOM. Nossos agradecimentos pela permanente autorização para reprodução de seus CDs. Adquira o disco pelo site da
produtora.
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